A 5 anos em busca da recuperação de um dependente quimico

A 5 ANOS EM BUSCA DA RECUPERAÇÃO DE UM DEPENDENTE QUIMICO

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015









É com grande pesar que venho expressar meus eternos sentimentos a minha amada pit bull.
Gente se vcs verem algum animal em sofrimento, tomem alguma providencia, chamem os bombeiros, a policia, mais não olhem o animal morrendo e não façam nada.
Ela se escapou de onde estava presa, foi tentar pular o portão e ficou enroscada.
Todos os vizinhos assistiram o seu enforcamento e ninguém fez nada.
Até quando vai existir esse tabu de que todo pit bull é um cão assassino?
Muito triste, muito arrasada.
Agora só nos restam as lembranças de uma doce criatura que criamos desde bebe, como nossa filha.
Descanse em paz minha Maya.
Na hora em que recebi a noticia, meu esposo me ligou.
Eu estava chorando muito e ele percebeu.
Começou a perguntar o que era e eu tentei ao máximo disfarçar que não era nada para que isso não abalasse o tratamento dele.
Mais como um pressentimento ele perguntou pelos cachorros e eu caindo mais ainda em lagrimas contei sobre o enforcamento.
Ele chorou muito, ficou muito abalado, e me disse que era pra eu ir assinar sua alta que ele não queria mais ficar na clinica.
Então hoje cedo eu me levantei e fui até a clinica conversar com o medico dele.
O medico dele me disse que ele esta bastante abalado, que não dormiu anoite, e que somente pediu para que ele reforçasse a medicação de hoje, para que ele pudesse relaxar.
Graças a Deus ele não pediu alta ao medico, continua firme e forte no seu proposito de recuperação.
Só por hoje estou muito triste, mais amanha é outro dia, e nosso PS sabe como nos consolar.




quinta-feira, 3 de dezembro de 2015


                                                       


Quinta feira, mais uma visita.
Hoje os ânimos dele estavam a flor da pele.
Não que eu esteja puxando toda responsabilidade pra cima de mim, mais em partes tenho culpa.
Mais também não sou de ferro.
O problema esta em mim agora.
Embora ele esteja la fazendo todo esforço para se tratar, eu não acredito mais na recuperação dele.
Então tudo ou qualquer coisa que ele faça eu não consigo acreditar.
A cada dia tem sido mais difícil pra mim, ficar sozinha, sem trabalho, em crise de euforia na bipolaridade, estourando o cartão e vice e versa.
Estou tomando minha medicação, mais parece que falta algo, e então eu tenho que preencher esse vazio.
O vazio que ele me deixou, o vazio que a falta dele me causa.
Abstinência da minha parte, eu sei.
Em 2012 quando o internei, retirei ele em quarenta e dois dias, por não aguentar tanta solidão e dor.
Hoje não estou me sentindo diferente, mais tentando me segurar ao máximo para não cometer o mesmo erro.
Hoje ele estava muito áspero nas palavras, nem parecia aquele homem que eu conheci, amoroso carinhoso, atencioso...
Tenho medo do futuro, tenho medo do homem que eu não conheço sem drogas.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015




                                A ultima chance

Novamente volto a publicar em meu blog.
Houve momentos em que eu nem tinha mais o que expressar por aqui.
As lutas parecem ser tao grandes, que as vezes parecemos que vamos morrer.
A um ano atras exatamente, me mudei para Curitiba.
Mais uma vez me iludi achando que estava tudo bem e que mudando de cidade as coisas começariam a andar.
Mais não é por ai que as coisas funcionam.
Na verdade eu já deveria ter aprendido quando me mudei para Brotas.
Mais essas coisas infelizmente são com o tempo que agente vai aprendendo.
Eu quando cheguei em Nar Anon, percebi que as coisas não funcionavam como magica, e sim eram com passos de formiguinha.
Foi assim que me identifiquei, passos de formiguinha...
As coisas pareciam acontecer tao lentamente, e a medida em que o tempo passava eu percebia o quanto eu tinha que mudar muita coisa em mim primeiro.
O meu esgotamento físico foi chegando cada vez mais, e a codependencia já passava a se misturar com minha bipolaridade.
Minhas medicações já pareciam não fazer mais efeito, afinal eu também era doente.
Com o tempo fui ficando muito agressiva, e alem de passar a agredi lo eu também comecei me auto agredir.
A situação já se tornava insuportável.
Me lembro que quando mudamos para cá, as coisas até estavam funcionando um pouco.
Ele estava passando um pano no N.A, e o padrinho dele estava fazendo de tudo para ele permanecer.
O que nos faz errar muito é criar expectativas, e acabei errando por ai.
Percebi que não adianta a pessoa só ir a sala e partilhar, ele tinha que se render, ele tinha que se entregar, ele tinha que aceitar realmente que era impotente perante a sua adicção.
Mais a medida em que o tempo ia passando isso não parecia estar acontecendo.
 Quando nos mudamos para Curitiba estávamos frequentando uma igreja, afim de entregar nossas vidas aos cuidados de nosso PS.
Mais como não consegui distinguir que voltar ao passado faria mal?
Se conheço muito bem alguns lemas: 
"Evitar pessoas e lugares."
Alias eu não tinha que distinguir nada e sim ele.
Mais como temos mania de parar nossas vidas e viver para eles me deixei ser manipulada.
Então viemos.
De inicio passando pano ainda na igreja e também no N.A, eu achava que as coisas estavam tudo bem.
Um dia ele chegou do trabalho recaído de maconha.
Me assustei muito, pois a muito tempo não o via com os olhos tão daquele jeito...olhos de morte!
Eu arrumada o esperando para ir a igreja, e ele me chega daquele jeito.
Conclusão não fui.
Atitude erradíssima, deveria ter ido.
Mais não fui, e tem mais, naquele dia o restante da fé que ainda restava em mim parece que teve um final.
Me afastei da igreja, e me afastei para bem longe, pois já não acreditava mais que Deus pudesse fazer um milagre.
Com o tempo passando as coisas foram piorando.
A doença cada vez mais cegando ele, e ele cada vez me ouvindo menos.
Começou aos poucos se envolver com amiguinhos do uso, começou a vender maconha, e usando muito.
Eu que nem louca tentando abrir os olhos dele, mais era impossível, ele não me ouvia mais.
Então foi se entregando, fumando o baseadinho que acalma e tal...
Quando pá...crack.
Ja era o esperado né, pois uma coisa leva a outra.
Em maio desse ano ele se entregou muito, e eu não resisti me separando dele.
Mais estando sozinho e sem compromisso com as coisas do lar, ele se afundava cada vez mais.
Recebia pagamento fumava tudo.
Recebia vale fumava tudo.
E passou a trabalhar somente para manter o vicio.
Eu ainda muito codependente, não aguentando vê lo naquela situação, acabei o trazendo de volta para casa, e realmente acreditando que as coisas poderiam mudar.
Em Agosto ele completou trinta anos, e prometeu que já estava na hora dele criar juízo.
Mais dois dias apos, la estava ele novamente na ativa.
Arrumou um emprego bom em uma metalúrgica.
Não estava ganhando tão mal, e seu patrão depositou toda confiança nele, pois ele é muito inteligente no que faz e muito trabalhador.
Mais quatro meses após entrar na empresa a doença ja o dominava completamente.
Bom nos últimos dias ele se entregou definitivamente ao uso, abandonou emprego, casa, e a mim.
E finalmente dessa vez não fiz como antes, que ia buscar na biqueira, trazia pra casa, tentava chamar pra realidade, brigava, xingava, batia e tudo mais.
Não eu não fiz nada disso, apenas o deixei escolher seu caminho.
Afinal minha felicidade se baseava em quanta dor eu não estava mais disposta a sentir, não importava a escolha que ele fizesse, seria a escolha dele.
Ficou doze dias numa favela, numa casa de usuários.
Nesses doze dias ele retornou para casa todos os dias, as três da manha, as quatro, as sete...
Eu simplesmente abria a porta olhava em seus olhos e ia para meu quarto.
Apenas não permiti que ele dormisse mais comigo na cama, pois não sabia qual risco eu estaria correndo.
Ao final dos doze dias ele já não conseguia mais ficar um minuto se quer dentro de casa e sem usar.
Então o que ele não costumava fazer ele começou a fazer, retirar as coisas de dentro de casa.
Primeiramente ele consumiu com todas as coisas que pertencia a ele, roupas, celular...(o décimo segundo).
Depois retirou algumas coisas de dentro de casa que eu nem vi, como liquidificador, espremedor de frutas, notebook.
Mais o que me intrigou mais em tudo isso foi ele ter empenhorado minha cachorrinha pincher.
Sim minha pincher que eu havia acabado de ganhar.
Ele estava no quintal com ela, era por volta de umas onze da manha, quando derrepente ele sumiu.
Passei a tarde toda preocupada com a cachorra sem comer e tomar água.
Quando foi a uma da manha ele retornou pra casa, bateu na porta, me levantei como de costume e abri.
Olhei para suas mãos e não vi minha cachorra.
Então perguntei, e ele me respondeu eu a empenhorei.
Apenas o olhei nos olhos e disse você não é humano.
Fui para meu quarto e chorei quase a noite toda.
Alguns dias antes ele ja havia me pedido ajuda para se internar, e nos estávamos aguardando a central de vagas liberar, pois eu não tinha como pagar.
Fui reclamar ao meu sogro que me mandou ficar em paz pois o plano funeral estava em dia.
As coisas pareciam piorar cada vez mais.
Mais eu tinha que deixar ele chegar no fundo do poço.
No dia seguinte da penhora da cachorra saiu a vaga dele.
Eu graças a Deus consegui um outro filhote para que a mulher me devolvesse a minha cachorra, e consegui a recuperar.
Internei ele no dia onze de Novembro, e hoje a exatamente vinte dias ele esta internado.
Hoje aos vinte dias de internação, nem parece mais o mesmo.
Limite...sinto que o meu chegou.
Hoje me encontro morando sozinha, como, durmo, saio, vou a igreja, e nunca tive tanta paz nos últimos cinco anos como estou tendo agora.
Vale apena continuar?
Essa é uma resposta que só eu mesma posso encontrar.






segunda-feira, 7 de abril de 2014

Meu retorno


                                 

Hoje após um ano sem publicar aqui volto a deixar meus depoimentos e minhas experiências vividas com um D.Q.
Parei de escrever pois cheguei ao meu fundo de poço.
A situação aparentava cada vez mais difícil de ser sustentada.
Ao longo desse ano que se passou, fui buscar ajuda e fui atras dos meus objetivos.
Procurar intender um pouco mais sobre a dependência química, sobre a doença da adicção e principalmente sobre a codependencia, que era a doença que eu havia descoberto estar sofrendo.
Com um tempo as informações que me foram chegando foram deixando as coisas mais claras.
Eu estava a sofrer por decisão própria.
Quando eu passava no meu psiquiatra, e ele me dizia que era simples de se resolver, eu achava um absurdo.
Ele sempre me dizia: Ou você continua no problema, ou se livra do problema, é simples.
Mais como abandonar um ente querido, meu esposo, meu amado, a pessoa a quem eu tinha me dedicado exclusivamente em tempo integral?
Então passei a entender que não precisamos deixar de amar nossos queridos.
Aprendi que podemos ajuda-los, mais sem deixar de ama-los.
Com um tempo fui aprendendo que ele era portador de uma doença incurável e que eu nada poderia fazer para muda-lo.
Com um tempo aprendi que poderia mudar somente minhas atitudes, e a ele eu só poderia amar.
Com um tempo aprendi a não me arriscar e nem me anular mais pela circunstancia.
Com um tempo aprendi que o dependente químico pode ser coagido, surrado, preso, internado, manipulado, pode se fazer o que for com ele, e ele só vai parar de usar quando quiser parar de usar.
Mais como aceitar essa decisão bombástica, então ele usa por que quer?
Sim completamente, mais passou a sofrer de uma doença compulsiva, onde seu organismo passa a depender da substancia para que ele sobreviva.
Como aceitar essa situação?
Através dos grupos de ajuda a familiares eu consegui resgatar minha fé, aprendi a não me anular mais, aprendi a não deixar de fazer as coisas que gosto, aprendi a me valorizar mais, aprendi a ama-lo sem interferir nas escolhas dele.
Sempre o orientando e procurando a ajuda-lo a entender que necessitava de ajuda.
Quando passei a me dedicar mais a minha própria vida, as coisas foram entrando aos poucos no lugar.
Hoje aprendi que não sou obrigada a aceitar a situação, posso continuar nela ou sair dela.
No meu caso fiz a escolha de continuar no problema...
Entreguei minha fé aos cuidados de Deus e continuei minha batalha.
Hoje graças a Deus ele intendeu que precisava de ajuda e aceitou.
Não pensem que foi fácil.
Foi a passinhos de formiguinha mais valeu a pena.
Hoje passo pra quem eu posso a mensagem de fé e esperança, e ele usa o testemunho dele para ajudar os companheiros que querem a recuperação.
Vivo intensamente as 24 horas do meu dia com alegria e gratidão.
E o amanhã?
O amanhã não nos pertence!

sexta-feira, 29 de março de 2013



                             



Mais um dia viva, em meio a tanta desilusão.

Hoje passei uma noite péssima  muito mal dormida, alias, meus dias tem sido assim maus.
 Não consigo ficar um dia sem ir la ver meu adicto.
 A necessidade de vê lo todos os dias fala mais auto dentro de mim.
 Eu sei que eu deveria conter essa ansiedade e não ir, mais talvez eu não queira mesmo.
 Hoje os sentimentos dentro de mim estão tão confusos que eu ja não tenho mais expectativas de nada pra mim.
 A situação aqui em casa é cada vez mais difícil.
 Me sinto um peixe fora d água.
 Essa semana meu coração esta cheio de magoas e recendimentos  estou muito rebelde, a ponto de mandar todo mundo ir pra PQP.
 Minha psicóloga me sugeriu que eu não tome nenhuma decisão essa semana, enquanto estou nessa rebeldia.
 Então estou tentando terminar a semana em paz, mais esta difícil  sabendo que minha mãe fala mal de mim o tempo todo pelas costas.
 Hoje minha irmã nos convidou para um almoço na casa dela, eu disse que não irei.
 Porra, nunca me convidavam pra nada, agora que me separei querem puxar o saco.
 Não sei se estou certa ou errada, mais essa situação toda me causa muita revolta.

sábado, 23 de março de 2013

     
         
                 
          Sozinha....

 É muito doloroso quando vc precisa contar com alguém em alguns momentos e descobre que está sozinho.

 Realmente não estou superando minha separação.
 Essa semana eu chamei minha mãe pra conversar, e ela disse: não quero saber, ja tenho problemas de mais.
 Onde ja se viu falar assim a uma filha angustiada.
 Eu sinto muito pela minha família ser assim comigo.
 Minha mãe não sabe que tenho depressão, alguns probleminhas psicológicos, ela não sabe que sou bi-polar, poxa vida ela não sabe nada de mim.
 Não sei o que fazer , não sei o que faço, não sei que rumo tomo.
 Tantas incertezas!
 O julgo das pessoas esta sendo enorme, mais ninguém esta dentro da minha alma pra sentir o que eu sinto.
 Essa semana fui a uma assistente social aqui do município pedir ajuda, acreditam que ela teve a falta de ética profissional e foi até a minha irmã e contou tudo a ela o que eu falei.
 Agora meu coração esta muito mais cheio de tristezas e pra piorar com magoa.
 E ainda estou com vontade de ir embora dessa cidade, mais não sei se é a solução.
 Muitas coisas na cabeça.
 Ainda com essa onda de recaídas que esta acontecendo por aí, fico mais incerta ainda.
 Tenho medo de voltar com ele e depois de 4 ou 5 meses ele recair.
 E não adianta falarem que tenho que analisar onde esta meu amor de mãe, que minha filha não esta nem ai pra mim, e pra minha vida.
 Ela esta na boa, meus pais fazem o que ela quer, até concordaram dela dormir fora aos sábado a noite, o que ela quer mais.
 Acho que tenho que cuidar da minha vida é isso que tenho que fazer.

terça-feira, 19 de março de 2013


                  
   




Como surge a co-dependência? 

Quais são as suas causas?

 Bem, ela surge da nossa história de vida.
Alguém importante para nós nos rejeitou, abandonou-nos, gerando uma dor e um vazio imenso. Esse abandono e essa dor irão fazer com que passemos a acreditar que nós não somos bons, não somos dignos de ser amados. Que dentro da gente só existe essa dor e mais nada de bom. E que a chave para a felicidade, para as coisas boas da vida não está em nós. Com quem então está essa chave?
 Passamos a acreditar que a chave está com os outros. É, então, que passamos a buscar no outro a felicidade que não encontramos na gente mesmo.
 Passamos a buscar no outro o amor que não tivemos; a aceitação que não tivemos; a aprovação que não tivemos. Passamos a ficar dependentes do outro. Do seu amor, da sua aceitação, da sua aprovação. Só nos sentiremos bem, só nos sentiremos amados, aceitos e aprovados se o outro nos amar, aceitar e aprovar. Passamos a precisar do outro. O outro passa a ser a nossa vida. A nossa salvação.
  É quando, então, começamos a fazer de tudo para conseguir o amor, a aceitação e a aprovação do outro. Começamos a cuidar do outro, preocupar-nos com o outro, viver a vida do outro, pelo outro, assumir responsabilidades pelo outro. E esquecemos de tomar conrta da nossa vida, preocupar-nos conosco, assumir nossas responsabilidades, salvar-nos. Tudo isso para nos sentirmos aceitos, amados e aprovados pelo outro. Nossa vida passa a ser o outro e não a gente mesmo. Perdemos o contato conosco, com a nossa vida, nossas emoções, sentimentos, pensamentos e objetivos. Passamos a viver a vida do outro, pensamentos sentimentos e objetivos do outro. e a nossa vida vira um caos.
 Ficamos angustiados, deprimidos, revoltados, infelizes, tristes. E não conseguimos, dessa forma, o amor, a aceitação e aprovação que precisamos. E com a agravante que nossa vida vira de cabeça para baixo em função de não estarmos cuidando dela. O que fazer então? Como mudar esse quadro? O primeiro passo é assumir a responsabilidade pela nossa vida. Passamos a tomar conta de nós mesmos. Deixar que o outro cuide de si, tome conta de si, assuma suas responsabilidades. Desligar-nos do outro e nos ligar  a nós mesmos, á nossa vida. É passarmos a identificar, reconhecer a aceitar nossos desejos e necessidades. Perceber que nossos desejos e necessidades falam de nós, e realizá-los é cuidar da gente com carinho e aceitação.
 É percebermos que todos nós "precisamos" das pessoas. Mas esse precisar não é fazer do outro a nossa vida, o ar que respiramos. è ver que temos vida própria, desejos, necessidades, sentimentos,  emoções e compartilhá-los com o outro. E não tomar do outro o que é do outro, nem deixar que tomem da gente o que é da gente. Melhor seria trocar com o outro.
 É pararmos de reagir a qualquer sentimento, pensamento e atitude do outro, ou a qualquer fato ou acontecimento da vida. É sentir que o mais importante é agirmos dentro do melhor que pudermos fazer, naquele momento, naquela circunstancia, e dentro do que é melhor para nós, e também para o outro: por que não?
 É pararmos de tentar controlar os outros, os fatos e a vida. É percebermos que isso é algo impossível de se conseguir. E que além de não conseguirmos, isso exigirá de nós esforço e um desgaste de energia tal, que não compensará qualquer ganho nesse os fatos não e sentido. É percebermos que não adianta fazer-nos de vitima, que as pessoas, a vida e os fatos não mudarão por causa disso. Que não adianta tomarmos conta das pessoas, dalvá-las e assumirmos suas responsabilidades, que elas não nos reconhecerão por isso. E se reconhecerem n´so não nos sentiremos bem por termos deixado de cuidar de nós mesmos. e que não adianta ficar com raiva das pessoas por não nos reconhecerem e por termos deixado de cuidar, por que só ganharemos com isso...desafetos.
 è não achar que cuidamos da gente é sermos egoístas. Que nos colocar em 1º lugar é algo fora de questão. É não achar que só teremos valor se fizermos algo pelo outro. Se tomamos conta do outro, cuidarmos do outro. E que podemos e devemos dizer não, todas as vezes que julgamos conveniente e necessário.
 è percebemos que somos pessoas como quaisquer outras. Que somos dignos de respeito, carinho e amor como todo mundo. Que sentirmos e pensamos da forma que deve ser, que não há nada de errado nisso. E que seremos respeitados e aceitos da mesma forma quando nos expressarmos. Que falar claro e abertamente não é difícil. Na verdade, é fácil. É só começar.
Que por medo de sermos rejeitos, evitamos a intimidade com o outro. E evitando a intimidade, evitamos o contato. Evitando o contado, ficamos infelizes.
Se ficamos infelizes, buscamos o outro para nos trazer felicidade, mas através de relações superficiais. Como o outro não é capaz disso, nem deveria, culpamo-lo por isso. Ele não correspondeu á nossa expectativa  E a relação se perde. E também a expressão física do amor que achávamos que tínhamos.
 Bem, são várias e várias coisas que podemos fazer para mudar o quadro das nossas vidas. Vai depender do que precisamos, do momento que vivemos, de com quem vivemos. Mas, certamente, uma coisa será necessária: deixar de tomar conta do outro, cuidar do outro e passar a tomar conta da gente. E para começar, só precisamos de uma coisa: começar, começar de novo, devagar. Sem saber direito onde e em quê mexer. Não importa. Se erramos, podemos consertar. Se estivermos devagar, podemos acelerar. Se não soubermos onde nem em que mexer, com a prática, certamente, aprenderemos a faze-lo. O certo é que nós merecemos e podemos ser felizes. Para isso só falta...começar.