Meu retorno
Hoje após um ano sem publicar aqui volto a deixar meus depoimentos e minhas experiências vividas com um D.Q.
Parei de escrever pois cheguei ao meu fundo de poço.
A situação aparentava cada vez mais difícil de ser sustentada.
Ao longo desse ano que se passou, fui buscar ajuda e fui atras dos meus objetivos.
Procurar intender um pouco mais sobre a dependência química, sobre a doença da adicção e principalmente sobre a codependencia, que era a doença que eu havia descoberto estar sofrendo.
Com um tempo as informações que me foram chegando foram deixando as coisas mais claras.
Eu estava a sofrer por decisão própria.
Quando eu passava no meu psiquiatra, e ele me dizia que era simples de se resolver, eu achava um absurdo.
Ele sempre me dizia: Ou você continua no problema, ou se livra do problema, é simples.
Mais como abandonar um ente querido, meu esposo, meu amado, a pessoa a quem eu tinha me dedicado exclusivamente em tempo integral?
Então passei a entender que não precisamos deixar de amar nossos queridos.
Aprendi que podemos ajuda-los, mais sem deixar de ama-los.
Com um tempo fui aprendendo que ele era portador de uma doença incurável e que eu nada poderia fazer para muda-lo.
Com um tempo aprendi que poderia mudar somente minhas atitudes, e a ele eu só poderia amar.
Com um tempo aprendi a não me arriscar e nem me anular mais pela circunstancia.
Com um tempo aprendi que o dependente químico pode ser coagido, surrado, preso, internado, manipulado, pode se fazer o que for com ele, e ele só vai parar de usar quando quiser parar de usar.
Mais como aceitar essa decisão bombástica, então ele usa por que quer?
Sim completamente, mais passou a sofrer de uma doença compulsiva, onde seu organismo passa a depender da substancia para que ele sobreviva.
Como aceitar essa situação?
Através dos grupos de ajuda a familiares eu consegui resgatar minha fé, aprendi a não me anular mais, aprendi a não deixar de fazer as coisas que gosto, aprendi a me valorizar mais, aprendi a ama-lo sem interferir nas escolhas dele.
Sempre o orientando e procurando a ajuda-lo a entender que necessitava de ajuda.
Quando passei a me dedicar mais a minha própria vida, as coisas foram entrando aos poucos no lugar.
Hoje aprendi que não sou obrigada a aceitar a situação, posso continuar nela ou sair dela.
No meu caso fiz a escolha de continuar no problema...
Entreguei minha fé aos cuidados de Deus e continuei minha batalha.
Hoje graças a Deus ele intendeu que precisava de ajuda e aceitou.
Não pensem que foi fácil.
Foi a passinhos de formiguinha mais valeu a pena.
Hoje passo pra quem eu posso a mensagem de fé e esperança, e ele usa o testemunho dele para ajudar os companheiros que querem a recuperação.
Vivo intensamente as 24 horas do meu dia com alegria e gratidão.
E o amanhã?
O amanhã não nos pertence!
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