A 5 anos em busca da recuperação de um dependente quimico

A 5 ANOS EM BUSCA DA RECUPERAÇÃO DE UM DEPENDENTE QUIMICO

terça-feira, 19 de março de 2013


                  
   




Como surge a co-dependência? 

Quais são as suas causas?

 Bem, ela surge da nossa história de vida.
Alguém importante para nós nos rejeitou, abandonou-nos, gerando uma dor e um vazio imenso. Esse abandono e essa dor irão fazer com que passemos a acreditar que nós não somos bons, não somos dignos de ser amados. Que dentro da gente só existe essa dor e mais nada de bom. E que a chave para a felicidade, para as coisas boas da vida não está em nós. Com quem então está essa chave?
 Passamos a acreditar que a chave está com os outros. É, então, que passamos a buscar no outro a felicidade que não encontramos na gente mesmo.
 Passamos a buscar no outro o amor que não tivemos; a aceitação que não tivemos; a aprovação que não tivemos. Passamos a ficar dependentes do outro. Do seu amor, da sua aceitação, da sua aprovação. Só nos sentiremos bem, só nos sentiremos amados, aceitos e aprovados se o outro nos amar, aceitar e aprovar. Passamos a precisar do outro. O outro passa a ser a nossa vida. A nossa salvação.
  É quando, então, começamos a fazer de tudo para conseguir o amor, a aceitação e a aprovação do outro. Começamos a cuidar do outro, preocupar-nos com o outro, viver a vida do outro, pelo outro, assumir responsabilidades pelo outro. E esquecemos de tomar conrta da nossa vida, preocupar-nos conosco, assumir nossas responsabilidades, salvar-nos. Tudo isso para nos sentirmos aceitos, amados e aprovados pelo outro. Nossa vida passa a ser o outro e não a gente mesmo. Perdemos o contato conosco, com a nossa vida, nossas emoções, sentimentos, pensamentos e objetivos. Passamos a viver a vida do outro, pensamentos sentimentos e objetivos do outro. e a nossa vida vira um caos.
 Ficamos angustiados, deprimidos, revoltados, infelizes, tristes. E não conseguimos, dessa forma, o amor, a aceitação e aprovação que precisamos. E com a agravante que nossa vida vira de cabeça para baixo em função de não estarmos cuidando dela. O que fazer então? Como mudar esse quadro? O primeiro passo é assumir a responsabilidade pela nossa vida. Passamos a tomar conta de nós mesmos. Deixar que o outro cuide de si, tome conta de si, assuma suas responsabilidades. Desligar-nos do outro e nos ligar  a nós mesmos, á nossa vida. É passarmos a identificar, reconhecer a aceitar nossos desejos e necessidades. Perceber que nossos desejos e necessidades falam de nós, e realizá-los é cuidar da gente com carinho e aceitação.
 É percebermos que todos nós "precisamos" das pessoas. Mas esse precisar não é fazer do outro a nossa vida, o ar que respiramos. è ver que temos vida própria, desejos, necessidades, sentimentos,  emoções e compartilhá-los com o outro. E não tomar do outro o que é do outro, nem deixar que tomem da gente o que é da gente. Melhor seria trocar com o outro.
 É pararmos de reagir a qualquer sentimento, pensamento e atitude do outro, ou a qualquer fato ou acontecimento da vida. É sentir que o mais importante é agirmos dentro do melhor que pudermos fazer, naquele momento, naquela circunstancia, e dentro do que é melhor para nós, e também para o outro: por que não?
 É pararmos de tentar controlar os outros, os fatos e a vida. É percebermos que isso é algo impossível de se conseguir. E que além de não conseguirmos, isso exigirá de nós esforço e um desgaste de energia tal, que não compensará qualquer ganho nesse os fatos não e sentido. É percebermos que não adianta fazer-nos de vitima, que as pessoas, a vida e os fatos não mudarão por causa disso. Que não adianta tomarmos conta das pessoas, dalvá-las e assumirmos suas responsabilidades, que elas não nos reconhecerão por isso. E se reconhecerem n´so não nos sentiremos bem por termos deixado de cuidar de nós mesmos. e que não adianta ficar com raiva das pessoas por não nos reconhecerem e por termos deixado de cuidar, por que só ganharemos com isso...desafetos.
 è não achar que cuidamos da gente é sermos egoístas. Que nos colocar em 1º lugar é algo fora de questão. É não achar que só teremos valor se fizermos algo pelo outro. Se tomamos conta do outro, cuidarmos do outro. E que podemos e devemos dizer não, todas as vezes que julgamos conveniente e necessário.
 è percebemos que somos pessoas como quaisquer outras. Que somos dignos de respeito, carinho e amor como todo mundo. Que sentirmos e pensamos da forma que deve ser, que não há nada de errado nisso. E que seremos respeitados e aceitos da mesma forma quando nos expressarmos. Que falar claro e abertamente não é difícil. Na verdade, é fácil. É só começar.
Que por medo de sermos rejeitos, evitamos a intimidade com o outro. E evitando a intimidade, evitamos o contato. Evitando o contado, ficamos infelizes.
Se ficamos infelizes, buscamos o outro para nos trazer felicidade, mas através de relações superficiais. Como o outro não é capaz disso, nem deveria, culpamo-lo por isso. Ele não correspondeu á nossa expectativa  E a relação se perde. E também a expressão física do amor que achávamos que tínhamos.
 Bem, são várias e várias coisas que podemos fazer para mudar o quadro das nossas vidas. Vai depender do que precisamos, do momento que vivemos, de com quem vivemos. Mas, certamente, uma coisa será necessária: deixar de tomar conta do outro, cuidar do outro e passar a tomar conta da gente. E para começar, só precisamos de uma coisa: começar, começar de novo, devagar. Sem saber direito onde e em quê mexer. Não importa. Se erramos, podemos consertar. Se estivermos devagar, podemos acelerar. Se não soubermos onde nem em que mexer, com a prática, certamente, aprenderemos a faze-lo. O certo é que nós merecemos e podemos ser felizes. Para isso só falta...começar.


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